O cinema indígena do Brasil estará em destaque no Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa, de 13 a 17 de março na “Mostra Ameríndia” que, além da exibição de filmes, inclui um ciclo de conversas e debates.
A “Mostra Ameríndia: Percursos do Cinema Indígena no Brasil”, de acordo com a organização “emergiu do interesse de um grupo de pesquisadores/as, programadores/as culturais e ativistas em aprofundar o contributo do pensamento e cinema ameríndios, especificamente dos povos indígenas que vivem no Brasil, para a sociedade contemporânea”.
O filme de abertura, “Já me transformei em imagem”, de Zezinho Yoube, no qual se abordam questões “que vão desde o primeiro contacto do povo Huni Kuin com os brancos até ao trabalho atual com o vídeo, plasmando o modo como a produção de imagem é vivida por este povo”, é “uma peça central de toda a programação”.
Ao longos dos cinco dias da mostra serão também exibidos “vários filmes que refletem sobre a resistência política inerente à existência indígena, um cinema que carrega uma mensagem política muito forte e em confronto direto com o Estado ou a cobiça do agronegócio”, como “Vamos à Luta”, de Divino Tserewahú, “GRIN”, de Roney Freitas e Isael Maxakali, “Índio Cidadão?”, de Rodrigo Arajeju, e “Quem não come com a gente”, de Guigui Maxakali.
A ‘Mostra Ameríndia’ integra uma multiplicidade de experiências que nos retiram dos lugares convencionais de olhar e entender o cinema.