Mortes de Crianças – Clamor de mãe de Théo faz sociedade despertar para o caos na Saúde pública de Gladson Cameli

Antes de o pequeno Théo Dantas ter ido a óbito aos dez meses de vida de Síndrome Respiratória Aguda Grave, oito crianças haviam tido o mesmo destino trágico na precária rede hospitalar acreana, onde falta até Dipirona.

Foram mortes que não ganharam a dimensão necessária, muito provavelmente porque os pais não tiveram espaço para extravasar as suas dores.

No fim de semana, este Portal publicou um video forte, onde apresentar a agonia das crianças antes de irem a óbito. Veja aqui.

A morte de Théo, porém, não caiu no obscurantismo do silêncio porque a sua mãe, a fisioterapeuta Joelma Dantas, fez a sociedade sentir e enxergar a sua dor.

Joelma Dantas eviscerou o sistema precário e a negligência extrema do governo Gladson Cameli com a saúde pública.

Atônitos, os integrantes do governo tentaram desqualificar os argumentos da mãe ferida, mas desmentidos pela mensagens que Joelma enviou a cada um deles pedindo socorro para salvar o seu filho.

Direto da Suíça, onde foi passear, o governador Gladson Cameli telefonou para Joelma dizendo que determinou cuidados especiais ao Théo, mas os seus secretários não cumprem às suas determinações. Veja aqui.

Nas redes sociais, o exército governista insano também quis vincular o clamor de Joelma à militância política.

Joelma votou e fez campanha para Gladson Cameli. Participou do governo. Fazer ilação como essa é algo monstruoso. Mãe nenhuma iria usar a morte de um filho para fazer politicagem.

No outro campo, o mesmo exército  das mídias sociais  lembrou de fatos ocorridos em 2016, quando foram registrados 80 óbitos de crianças na Maternidade Bárbara Heliodora.

Uma morte não justifica outra.

Mas é bom relembrar.

Realmente, naquele ano aconteceu uma situação atípica, mas que não foge da realidade estatística da saúde brasileira.

A média de nascimento mensal em 2016 foi de 550 criança no Acre. Basta calcular.

Além disso, em momento algum houve negligência do governador, do secretário e de toda a equipe na época. O mesmo não se pode dizer agora.

Mas voltemos à Joelma Dantas.

Foi a voz dessa mulher que chamou à atenção de muita gente.

Com o eco da mãe nas suas cabeças, os deputados de oposição foram ao pronto-socorro de Rio Branco e comprovaram o caos.

Para dar uma resposta tardia, o governo anunciou que irá abrir novos leitos de UTI infantil no Into, leitos esses que foram desmontados tão logo a pandemia da Covid-19 arrefeceu.

O governo também anunciou a criação de um comitê para acompanhar os casos graves.

Paralelo a tudo, veio o vazamento de um áudio da diretora do pronto-socorro relatando uma situação desesperadora.

É assim que o Acre está: à deriva.

Gladson Cameli retorna ao Acre esta semana.

Espera-se que não venha a passeio.

A voz de Joelma Dantas tende a se multiplicar.

As mães que perderam os seus filhos, devem procurar os órgãos competentes para que outras mães não tenham que enterrar os seus filhos mais cedo.

O responsável pela Promotoria de Saúde deveria agir com o mesmo rigor que tinha nos governos anteriores. Ficar posando em saraus gastronômicos com diretor da Secretaria de Estado de Saúde não é facilmente degustado pela sociedade.

E nem é a sua função.

Gladson Cameli deve ter claro que o Acre está longe de ser uma Suíça tropical.

Valeu, Joelma!

Força e fé.

 

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