Na medida em que o dia da eleição para o comando da Federação de Futebol do Acre se aproxima, o jogo vai tomando conotação de brutalidade.
O pleito está marcado para o dia 31.
A comissão eleitoral apresentará os resultados dos pedidos de impugnação amanhã, 27.
Duas chapas disputam a eleição.
De um lado está o longevo Antônio Aquino Lopes, o Toniquim.
Do outro lado aparece o deputado federal eleito Roberto Duarte.
Toniquim tem como vice o empresário Adem Araújo.
O vice de Duarte é o ex-chefe da Casa Civil Flávio Pereira, que é amigo do governador Gladson Cameli.
Não é pouca coisa que está em jogo.
Além de um robusto salário para o presidente, fora as mordomias, a Federação dispõe de um patrimônio estimado em R$ 70 milhões.
Em quase 40 anos de mandato, Toniquim disputou a eleição apenas uma vez.
Nas demais permaneceu no posto por aclamação.
Talvez tenha se acomodado.
Em 20 anos comandando o Estado, os governos petistas de Jorge Viana, Pinho Marques e Tião Viana nunca incomodaram a Toniquim.
Mesmo assim, o presidente nunca escondeu que não sentia simpatia pelos governantes do PT.
Ele nasceu, chegou a idade adulta sendo de direita.
É normal.
O que talvez não contasse é que seria a turma da direita que iria colocar o seu trono em risco.
Ontem, o presidente da entidade concedeu uma entrevista ao jornalista Roberto Vaz.
Disse que está tranquilo, mas revelou que enfrenta um jogo bruto.
Segundo Toniquim, estão oferecendo cargos comissionados no governo para que dirigentes de clube votem em Roberto Duarte.
Um desses dirigentes, nada franciscano, já teria emplacado esposa em cargo governamental.
Ele fez uma acusação ainda mais grave.
Afirmou que a chapa de oposição ofereceu a nada modica quantia de R$ 400 mil a um dirigente esportivo.
Se isso aconteceu, Toniquim tem o deve de revelar o nome.
A sociedade, por sua vez, tem o direito de saber de onde sairá quase meio milhão de reais para assegurar a vitória oposicionista.
Ninguém investiria tanto dinheiro sem a garantia de retorno fácil.
Veja a entrevista aqui.