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Não dá para ficar omisso diante de tantas noticiais ruins.
Tem quem consiga permanecer mudo e cego, principalmente quando se é bem pago.
Semana passada, a Folha de S.Paulo trouxe uma notícia boa para os demais estados brasileiros, mas chocante para o Acre.
Segundo o tradicional jornal paulista, as taxas de pobreza e extrema pobreza caíram em todo o país no ano passado.
O único lugar onde aumentou foi nosso querido Acre, governado por Gladson Dançarino Cameli.
Logo ele, que prometeu abrir o Acre para o desenvolvimento.
Sempre que me deparo com uma informação dessas, eu fico a pensar: Onde iremos parar, meu Deus?
A gente vive um desmantelo político, administrativo, econômico e social sem precedente, mas há quem dê ares de normalidade ao que é absolutamente anormal.
Na mesma semana, também foi publicado na imprensa nacional outro dado alarmante: é gigantesca a parte da população acreana que vive os horrores da insegurança alimentar.
Mais de 11 por cento da população não faz as três refeições diárias e boa parte não faz nenhuma.
Imagine como estaria a situação se o governo federal não tivesse incrementado as política sociais e distribuição de renda.
Enquanto a população passa forme, o governador parece não está nem ai para quem esticou o pescoço da girafa.
Eu recebi um estudo minucioso sobre os mais variados aspecto da economia acreana.
Ao analisar os dados, é possível compreender o momento em que passamos.
O governo do Acre tem uma incapacidade gigante de execução.
O estudo mostra todos os indicadores de 2018 a 2023.
Vivemos uma tragédia.
Para se ter uma ideia, o governador Tião Viana deixou 1,5 bilhão em caixa.
Com esse dinheiro, o atual governador reformou alguns prédios, iniciou algumas pontes e boa parte do recurso foi devolvida.
Em quatro anos, por meio de convênios e outras operações, foram captados 700 milhões de reais e gastaram 600 milhões de reais.
O que é muito pouco para girar a máquina.
Vamos falar de dependência econômica.
Entre os anos de 2010 e 2018 o Estado do Acre passou de 78% para 59% no que se refere a dependência de recursos do governo federal.
No mesmo período, a arrecadação própria do Estado quase dobrou, saindo de 22% para 41% resultado dos investimentos do governo estadual no setor produtivo e de serviços.
Isso impactou de forma positiva e tornou o estado menos dependente de recursos da União.
A partir de 2019,nota-se que essa dependência financeira do Estado em relação ao governo federal, aumentou de 59% para 72% em 2023.
Sem investimentos, principalmente em setores estratégicos, a falta
de planejamento e de execução dos recursos disponíveis, a participação da arrecadação própria no orçamento despencou de 41% para apenas 28% em 2023.
As coisas não poderiam dar certo.
Termino lendo um poema de Manoel Bandeira, chamado O Bicho.Vamos lá:
“Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem”.
Fui!
Um forte abraço e um cheiro do Rosas.