Observe bem a imagem principal desta matéria.
Ela é de maio de 2009.
O então major Wherles Rocha foi preso por liderar um protesto de militares que parou o centro de Rio Branco.
O episódio vitaminou e projetou o militar na política.
Um movimento grevista levou o major a ser o que é hoje: vice-governador do Acre.
No poder, porém, o major demonstra não ser fã de manifestações.
Em dois dias, a polícia de Gladson Cameli e Rocha demonstrou que não será tolerante com quem reivindica os seus direitos.
Segunda-feira à noite, policiais fizeram uso de spray de pimenta para conter início de tumulto no estádio Arena da Floresta.
Atingiram mulheres, idosos e crianças.
Na terça-feira, a cena foi ainda mais violenta.
Para desobstruir a rodovia AC 40, a polícia do governador e do seu vice fizeram uso de bomba de efeito moral e balas de borracha para dispersar o movimento.
Há muitos anos não se via isso no Acre.
Ocorreu na década de 1980, no governo do hoje deputado federal Flaviano Melo.
Durante duas décadas as soluções de conflitos vinham pelo diálogo.
Mas, enquanto o governo endurece contra os trabalhadores, o mesmo não acontece com os bandidos.
O que se vê é a criminalidade aumentando, as execuções são diárias, roubos permanecem em escalas progressiva.
Rocha é militar. Não é estranha a sua truculência.
Cameli, se algum dia reivindicou algo, deve ter feito birra para ganhar um carro novo ou um relógio caro.
E o governo está só começando.
Dá para imaginar como os trabalhadores serão tratados como, a exemplo de Rocha, quiseram acampar em frente ao gabinete do governador.