Bateu o desespero na cúpula do governo.
Está valendo tudo para tentar barrar a instalação da CPI da Energisa.
Hoje, por exemplo, compareceram à sessão apenas dois membros da mesa diretora e o quase líder do governo José Luiz Tchê.
Os demais deputados presentes eram da oposição ou apoiam abertamente a CPI, como Roberto Duarte.
Embora tenham se acovardado, os governistas apresentarem protocolo para abertura de seis CPIs.
Propuseram CPI para o Detran, Pró-Saúde, HUERB, Juruá Peixes. Fábrica de Pisos de Xapuri e Empréstimos Consignados.
Durante a semana chegaram a ameaçar investigação no Depasa, mas parece que os negócios falaram mais alto.
Empresas de primos do governador executaram e ainda estão executando obras contratadas pela autarquia.
Até nisso são seletivos.
Uma investigação no Depasa inviabiliza recursos do Banco Mundial. Tudo é questão de conta.
Mas essa história do governo é uma clara tentativa de intimidação aos deputados de oposição.
Os oposicionistas não arregaram. E disseram que assinam as CPI propostas pela base aliada.
O que não aceitarão é intimidação.
Nem que haja tentativa de burlar o Regimento Interno da Assembleia Legislativa.
Quando apresentaram a meia dúzia de requerimentos, os deputados que apoiam Cameli queriam apagar a CPI da Energisa.
Alegaram que haviam protocolado as seis antes da proposta pela oposição.
Até o choroso deputado Cadmiel Bonfim (PSDB) protocolou um requerimento. Quer investigar o Detran.
Outro tucano que pediu abertura da CPI foi Luiz Gonzaga, que quer apurar empréstimos consignados.
Para mostrar serviço, o pedetista José Luiz Tchê apresentou três requerimentos.
Erraram nos cálculos.
Erraram na leitura.
Mostraram desconhecimento regimental.
O primeiro protocolo da CPI da Energisa está valendo.
O Regimento Interno prevê que só podem funcionar três CPIs simultaneamente, por legislatura.
Esse número só pode ser aumentado se a maioria absoluta dos deputados aprovar o funcionamento de até outras três ao mesmo tempo.
O petista Daniel Zen e o comunista Edvaldo Magalhães foram fundamentais para que a manobra aliada não lograsse êxito.
Contaram com o empenho do medebista Roberto Duarte.
Causa estranheza essa obsessão do governador para apagar a investigação.
Embora seja de domínio público que as empresas da família Cameli têm milhões em contratos no negócio de energia.
Os contratos são no Amazonas e no Mato Grosso.
No Mato Grosso, aliás, a subsidiária responsável é a Energisa.
Também há previsão de investimentos no Luz para Todos e no Linhão até Cruzeiro do Sul.
Há muito dinheiro envolvido.
Mas a CPI nasceu.
Foi feita a leitura do requerimento.
Amanhã será publicado o ato da mesa diretora.
A próxima batalha será pela instalação.
Fotos de Sérgio Vale.