Ouvir o governador falar é sempre uma ocasião para ficar boquiaberto. Seja pela quantidade de determinações que ele determina, seja pelas vezes em que ele parece o Rolando Lero, aquele personagem da Escolinha do professor Raimundo que fala muito, mas não responde nada.
Cameli também se destaca pelos “causos” que conta para passar simplicidade ao povo.
Em entrevista na Rádio Aldeia, em meio às perguntas da população sobre emprego, educação, falta de água e segurança, ele anunciou que adorava comer carne em conserva.
“Adoro uma farofa de conserva, mesmo meu pai tendo me criado para ser um gentleman”, ele frisou.
E ainda complementou dizendo que esse gosto ia de encontro à educação refinada que seu pai lhe deu.
O que tem a ver comer conserva com Educação?
Quem tem essa opção gastronômica é, necessariamente, mal-educado?
Uma declaração preconceituosa dessa é de embrulhar o estômago, de dar azia.
Ouvindo Cameli, na hora me lembrei do ex-governador Romildo Magalhães, campeão em gafes e histórias engraçadas pra contar.
Magalhães adorava conserva.
Quando ainda era governador, Romildo costumava receber muita gente em casa.
E tinha um gosto culinário pouco convencional. Gostava de servir conserva aos convidados, que comiam sem gostar, mas elogiavam o menu enlatado.
Certo dia, Marlize Braga, colunista social muito badalada, foi fazer uma entrevista com ele e indagou sobre o seu prato preferido.
Romildo, prontamente, respondeu: -Conserva com arroz bem quentinho.
Ela não perdeu o rebolado e arrematou: – Chique perde.
Vale ressaltar que era sabido nos quatro cantos do Estado que todas as festas na mansão de Romildo eram regadas a camarão e, diz a lenda, que até os cachorros da casa comiam.
Resumindo: simplicidade é tudo, principalmente para enlatar e entalar eleitor.
No embalo que vai, Cameli caminha para se assemelhar Magalhães na forma de governar.
Ou desgovernar…
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