Contradição é o nome dele.
O governador Gladson Cameli que iniciou o ano lacrimejando crise, agora está arrotando saúde financeira nos cofres públicos.
Com camisa apertada estilo boca de garrafa, Cameli anunciou que irá antecipar o pagamento do salário de julho e metade do 13º do funcionalismo público.
Esse saco de bondade não é presente gratuito.
Com a economia estagnada, com a desesperança batendo à porta da classe empresarial, o rapaz pretende outra coisa com o dinheiro posto em circulação.
Ele quer, na verdade, salvar a Expoacre do fiasco.
As empresas não demonstram interesses em investir em estandes na feira para não ter retorno.
Numa clara demonstração da falta de prioridade, o governo vai transformar um dos espaços tradicionalmente destinado às indústrias em acomodações para secretarias de Estado.
As indústrias terão que se apertar no galpão da Federação das Indústrias. Vários empresários optaram por ficar fora da festa.
O maior evento de negócios do Acre caminha para ser um fracasso retumbante.
Tradicionalmente, os bancos oficiais abriam possibilidades de financiamentos para os produtores, mas a política nacional impactou negativamente nos investimentos locais.
O governo não tem o que mostrar na área de produção.
Um governador que prometeu abrir o Acre para o desenvolvimento e o agronegócio percebeu que a salvação da lavoura é o dinheiro do funcionalismo público, que certamente está cheio de outros compromissos mais urgentes do que a Expoacre.
Segura, peão!