Político das antigas, sexagenário José Bestene não está familiarizado com as novas tecnologias.
A última vez que o progressista teve um mandato, a comunicação ainda era feita por telefone de linha, com discador redondo e analógico.
Foi esse desconhecimento que fez Bestene ser traído por um apoiador chamado Antônio.
Antônio telefonou para o deputado e gravou a conversa.
Fez mais: pôs a conversa nas redes.
Ficou ruim para Bestene.
Presidente estadual do PP, o deputado se disse muito chateado e mandou o aliado ir às redes sociais descer o sarrafo no governo.
O governador Cameli ouviu a conversa.
Mais tarde, em sessão na Assembleia Legislativa, a mensagem que sacramentaria a nora de Bestene, Mayara Cristine Bandeira de Lima, para a presidência da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Acre (Ageac), foi derrotada por 20 a 1.
Pode ser coincidência, mas até o líder do governo, Gehlen Dias, disse não à indicação.
As coisas estão feias na disputa por poder dentro do governo.
Bestene ainda tem tempo para se modernizar e falar menos.
Quanto ao Antônio, ah Antônio, deverá continuar tocando o seu bar.
