A demissão de Raphael Bastos da Secretaria de Planejamento eviscerou o que está sendo construído há um bom tempo nos bastidores da política.
Sem exposição pública por medo de represália, várias forças políticas trabalham para tentar derrubar o que é chamada de a República do TCE, numa alusão aos cargos estratégicos ocupados por membros do Tribunal de Contas do Estado.
Parte ativa da estratégia para a derrubada, setores da imprensa ligados a políticos que apoiam o governador Cameli entraram em campo para tentar desqualificar e expor o conselheiro Antônio Malheiro.
Amigo próximo à família Cameli, Malheiro teria sido o responsável direto pelas nomeações de Ribamar Trindade (Casa Civil), Semirames Dias (Fazenda) e Oscar Abrantes (Controladoria).
Os membros da chamada República vêm recebendo críticas de todos os lados, mas o alvo principal é Ribamar Trindade.
Trindade demonstrou um estilo inflexível desde que tomou posse numa das pastas mais importantes do governo.
É alvo de ataques de figuras de destaque na formação da coalizão que elegeu Cameli, mas não cede.
O próprio Raphael Bastos declarou que os membros do TCE travam o governo, que preferem economizar a injetar recursos na economia.
A turma do TCE aprendeu a dizer “assim não pode”.
Na política a regra é encontrar o “como pode”.
É motivo do choque.
Mas, embora os adversários sejam poderosos, não será fácil derrubar os integrantes da Corte de Contas.
Eles foram colocados ali justamente para proteger o filho do empresário Eládio Cameli.
O pai do governador lembra o que o seu irmão Orleir Cameli sofreu, quando governou o Estado. Certamente não quer o mesmo para o filho amado.
A República do TCE tem o aval do pai, do filho e do Espírito Santo.
Ribamar é o símbolo da Trindade.