Giovanni Casseb salva vidas, não é criminoso; enquanto isso os verdadeiros bandidos comandam

Estou de dieta.

Quem tem tendência a sobrepeso tem que fazer sacrifícios.

Gosto de correr.

Vou à academia porque, para correr, é preciso malhar.

A minha esposa corre muito, mas tem como primeira opção a academia.

Temos objetivos diferentes.

Eu perder peso, ela ganhar massa.

Falo da minha vida para para abordar outro tema.

Hoje houve a prisão do médico Giovanni Casseb.

Dizem que foi por venda ilegal de anabolizantes.

Não sou amigo de Casseb, nunca troquei meia palavra com ele.

A última vez que o vi, eu estava correndo sob um sol abrasador. Eram 10 km. Não tinha corrido um.

Parado no semáforo estava ele dentro de um carro sem teto lindo e caro.

Confesso que senti inveja de não ser médico, não ter uma grana legal e de nunca poder sonhar em ter um carro daquele.

Inveja é um pecado.

Eu, que não creio, segui correndo.

Esqueci até do carro.

Digo que não tomo anabolizantes.

Nem a minha esposa.

E nem tenho um carrão.

Que a inveja foi do momento.

Sei apenas que Casseb é um médico acreano muito competente, um professor que inova na forma de ensinar.

Um acreano homossexual assumido, que tem dedicação e amor à profissão médica.

Casseb atua como nutrólogo por opção, mas está na moda. Os seus tratamentos dão resultados. Não é um criminoso.

Fizeram um espetáculo com a prisão de um profissional que, certamente, não terão como sustentar as acusações no futuro.

Enquanto prendem um rapaz médico, que salvou e salva vidas, o crime comanda o Estado.

Casseb, que não é meu amigo, não mata. Ele salva.

Fico com a frase do advogado Fernando Daniel, que escreveu no Facebook: “O crime que verdadeiramente amedronta a sociedade acreana ainda não se viu o sincero enfrentamento”.

Casseb é médico, não é bandido. Tenho certeza.

Se tenho alguma raiva dele é não ter um carrão.

Até porque nunca quis ser médico.

Mas sei correr, sem anabolizantes.

E sem inveja.

Sem mais palavras.


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