A empresa que administrava as aplicações diz que elas valem mais de R$ 2 bilhões, mas o lote retido pela Justiça foi comprado por apenas R$ 6 mil.
Por Fantástico
As alexandritas estão na lista das pedras preciosas mais caras do mundo, capazes de mudar de cor. Elas viraram assunto nas últimas semanas e foram parar no centro de um escândalo milionário, envolvendo jogadores e ex-jogadores do Palmeiras.
Relembre: o Fantástico mostrou este caso no mês passado. Por indicação do atacante Willian Bigode, que atualmente joga no Athletico Paranaense, o lateral do Palmeiras Mayke e o meio-campista Gustavo Scarpa, hoje no Nottingham Forest, da Inglaterra, investiram um total de R$ 10 milhões em criptomoedas, um negócio gerido pela Xland, mas o dinheiro sumiu. Eles acreditaram que o suposto investimento era seguro, graças às garantias dadas pela empresa, que fica no Acre.
As garantias eram as alexandritas; entenda:
- A Xland apresentava para seus clientes um documento, o SKR, um recibo de custódia, emitido por uma empresa de segurança de São Paulo.
- Danilo, CEO da Sekuro, explica que o documento só servia para provar que a empresa de cofres era a responsável por guardar as alexandritas. Mas não poderia ser apresentado como um comprovante de valor das pedras, como foi feito pela Xland. Ele diz ainda que o valor que aparece no SKR, US$ 500 milhões de dólares, foi informado pela própria Xland.
- A especialista que assina o laudo enviado pela Xland à empresa de cofres é a gemóloga Weysida Carvalho. Segundo o documento, a decisão de avaliação tem o “objetivo de estabelecer o valor de mercado de um lote de alexandrita em estado bruto, natural, pesando 20 kgs”.
- Na conclusão, Weysida atesta o valor que ela considera adequado para o lote de alexandritas: R$ 2,5 bilhões, aproximadamente. Um valor muito acima do que a Xland pagou pelas pedras à empresa andrade gemas e joias, localizada em Campo Formoso, na Bahia.
- De acordo com a nota fiscal, a Xland comprou os 20 kgs de alexandritas por apenas R$ 6 mil.
A perita Weysida Carvalho confirmou que é a autora do laudo, e informou que geralmente leva quatro dias para finalizar este tipo de avaliação.
Na última semana, a defesa de Gustavo Scarpa conseguiu na Justiça o bloqueio dos supostos 20 quilos de alexandritas.
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