Pelo tanto que falou no assunto, o natural seria que a primeira agenda internacional do governador Cameli fosse voltada para debater o agronegócio.
Mas entre o real e a fantasia tem uma ponte gigantesca que os separa.
Impossível desconsiderar a questão ambiental num estado que 87% das suas florestas conservadas.
Nos próximos oito dias, Cameli estará fora do Acre, do país.
Embarcou para a Colômbia para debater um tema que deve lhe causar arrepio: o meio ambiente.
O governador viajou de avião, mas levou consigo uma locomotiva alegre de assessores, com diárias superiores a R$ 10 mil.
Na Colômbia, participará da reunião anual da Força Tarefa de Governadores para o Clima e o Meio Ambiente (GCF).
O GCF reúne estados subnacionais de cerca de 40 países e trabalha na articulação para a captação de recursos capazes de incentivar a preservação e o desenvolvimento das populações tradicionais.
Ao longo dos últimos anos, o Acre se caracterizou como protagonista e modelo para os integrantes do GCF.
As boas práticas, aliadas ao cumprimento dos contratos, fez com o que o Acre conseguisse captar recursos sem a necessidade de oferecer contrapartida de instituições como o Fundo Amazônia, bancado pelo governo da Noruega, e do banco alemão KFW.
Antes de embarcar, porém, Cameli participou de um programa de rádio ao lado do senador Marcio Bittar (MDB).
Bittar é o defensor da desmatar ainda mais a Amazônia.
Espera-se que o rapaz não tenha dado ouvido aos conselhos do hoje seu amigo.