Operação da PF contra aliados de Bolsonaro é fruto da delação de Mauro Cid

O ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados são alvos de operação da Polícia Federal por suposta tentativa de golpe de estado.

Por Larissa Lopes — Brasília

A operação da Polícia Federal desta quinta-feira (dia 8) contra o ex-presidente Bolsonaro e aliados é fruto da delação do ex-ajudante de ordens do ex-presidente, Mauro Cid. A ação é chamada de Tempus Veritatis, e, assim como a Lesa Pátria, apura crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. 

Jair Bolsonaro e aliados são alvos de operação da Polícia Federal por suposta tentativa de golpe de estado. O ex-presidente é alvo de medidas cautelares, precisa entregar passaporte e não pode manter contato com outros investigados. Mas ele não é alvo de prisão ou de buscas.

O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, também está na mira da PF e ele é alvo de buscas, assim como os ex-ministros de Bolsonaro General Braga Netto, General Paulo Sérgio Nogueira, General Augusto Heleno, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. 

Ao todo são quatro alvos de prisão que estão sendo cumpridos pela PF: 

  • Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
  • Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor especial de Bolsonaro;
  • Coronel do Exército Bernardo Romão Correa Neto;
  • Major Rafael Martins de Oliveira

De acordo com a PF, o grupo atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente Jair Bolsonaro no poder. 

Operação continua

Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital. 

O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022. 

O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.


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