O professor Wilson Guimarães veio às redes sociais para alertar sobre uma possível pegadinha do governo do Estado com os trabalhadores em Educação.
Segundo ele, a contar os 200 dias letivos, somados a recuperação bimestral e prova final, os professores entrarão janeiro de 2020 com alunos em sala, com esse procedimento o governo inviabiliza qualquer tipo mobilização para realização de greve pela categoria.
No meio disso tudo estão os alunos que serão punidos injustamente tendo em conta a realização das provas do Enem entre os dias 3 e 10 de novembro.
Guimarães levanta quatro pontos cruciais para o ano letivo 2019/2020.
Leia a publicação na íntegra.
Aos nossos sindicatos da educação faço o seguinte questionamento, referente ao atraso do início do ano letivo 2019 e da contratação dos professores provisórios, bem como o respeito profissional e a qualidade do ensino.
É o seguinte: nós educadores estamos, contra nossa vontade, mas sim por motivos de governo, em stand-by à espera do início do ano letivo de 2019. A Secretaria Estadual de Educação apresentou um calendário em que trabalharemos, pelo menos, até os últimos dias de dezembro, pois ao encerrar os 200 dias letivos ou a carga horária anual, ainda teremos que aplicar a recuperação bimestral e a prova final.
Desse jeito acho q entramos em janeiro de 2020 com nossos alunos dentro da sala de aula. O governo alega que o calendário escolar apresentado é flexível e, se não quisermos trabalhar mais de nove sábados e feriados, poderemos modificá-lo. É claro que se não seguirmos o calendário da SEE, não teremos os 45 dias de férias em 2020, que é garantido por lei.
Também temos outras questões piores, que exponho a seguir:
1- Quando trabalhamos sábados ou feriados, é negociado na escola para pagar faltas, dias de greve e até mesmo para termos uns dias de folga no meio do ano, o que acho muito e normal. Agora, trabalharmos sábados e feriados (gestão, coordenação, professores, apoio escolar, etc), por culpa do governo que não teve competência na transição para preparar o início do ano letivo nos primeiros 2 meses de 2019 e/ou para economizar, ao não pagar um mês de salários aos provisórios, eu gostaria de saber, se temos direito em receber horas extras ou alguma bonificação para trabalhar ao sábados e feriados?
2- Para os contratos provisórios é ainda pior a situação, pois vão trabalhar sábados e feriados, pagando o atraso do ano eletivo que não é culpa deles e não vão receber um centavos por isso, pois foram contratados nas últimas semanas de março, alguns ficarão para contratação abril, enquanto os mesmos deveriam estar contratados no início de fevereiro.
3- Essa atitude do governo não seria para inviabilizar também qualquer possibilidade de uma greve, uma vez que nossa categoria é responsável e zela pela qualidade do ensino e um movimento paredista atrapalha muito?
4- Como ficará a situação dos nossos alunos que farão o Enem nos dias 3 e 10 de novembro, uma vez que não terão recebido quase um bimestre de aprendizagem?
A questão posta aqui não é política e nem de oposição ou situação. A questão aqui é de qualidade no ensino, de aprendizagem, de respeito aos trabalhadores, de respeito às leis e também uma questão financeira, pois o que está acontecendo afeta a todos.
Wilson Guimarães