Ele falou tráfico, mas queria dizer tráfego.
Atropelos gramaticais são normais na fala do engenheiro sem obras.
Mas Cameli tenta fraudar a verdadeira história da construção das BR no Acre, ao dizer que, se hoje elas estão dando tráfego, foi graças ao trabalho da bancada federal.
Ao longo da história, o que menos os parlamentares federais fizeram foi aportar recursos para as rodovias 317 e 364.
Basta ver o histórico de emendas de cada um.
Ao fazer um discurso vazio e sem substância, o rapaz despreza até a história do seu tio Orleir Cameli.
Cameli tio não fez um grande governo, mas teve a ousadia de iniciar as obras para os dois lados do Acre.
Chegou com estrada a Brasileia e Sena Madureira.
E não consta que tenha contado com o apoio da bancada federal. Muito pelo contrário.
As estradas começaram a se concretizar com a assunção de Lula à presidência da República. Ele conhecia o Acre, conhecia o Brasil.
Os políticos acreanos, em particular os irmãos Tião e Jorge Viana, gozavam de prestígio junto ao governo federal e conseguiram trazer os recursos necessários para as obras.
E a bancada federal nunca teve essa força.
Há uma história que um dia, o então governador Binho Marques, o então senador Tião Viana e Jorge Viana foram com Lula pedir recursos para as pontes.
Lula já tinha assegurado verba para as estradas.
Surpreso, o presidente levou as calças até o joelho e perguntou: “Quer dizer que a estrada tem pernas e coxas, mas não tem joelhos?”.
Os políticos acreanos saíram com os recursos pretendidos.
Em outubro de 2011, com o apoio da presidenta Dilma Rousseff, o governador Tião Viana anunciou que a BR-364 nunca mais iria fechar.
E não contou com apoio da bancada federal.
Cameli tem obrigação de falar a história real. A sua família foi a que mais ganhou dinheiro nas estradas.
O seu tio foi ousado.
Ele mesmo foi responsável técnico por um dos trechos, que não foi feito como manda os melhores padrões de engenharia.