Há coisas muito difíceis de entender.
Uma delas é como um investigado em possível crime consegue participar de licitações de obras públicas.
E o pior: ganhar.
Com a presença do senador Sérgio Petecão e do deputado federal Alan Rick, a prefeita Socorro Nery assinou contrato superior a R$ 6 milhões para obras de mobilidade urbana em Rio Branco.
Ótima notícia para a população.
O problema é que ao lado da prefeita e dos parlamentares estava o agora empresário Dêmio Sângello.
Sângello é proprietário da empresa CAD Engenharia.
Sângello ficou rico por meios poucos convencionais.
Sângello é um dos principais investigados na Operação Buraco, que envolveu o nome do ex-prefeito Marcus Alexandre injustamente e de outros dirigentes do Deracre.
Veja o que a Polícia Federal fala sobre o empresário:
“Também teria se beneficiado dessas negociatas com o DNIT, compelindo empresários a contratar suas empresas de aluguel de máquinas. Nas interceptações telefônicas, foi possível perceber negócios suspeitos entre este Dêmio e o ex-superintendente do DNIT {..} acerca de obras em RO e AC. Aparentemente, {…} obrigava empresas vencedoras a contratar as máquinas de Dêmio em troca de ganhar parte do seu lucro. Em suas contas, foram encontradas movimentações suspeitas elevadas, corroborando a hipótese de participação em negócios suspeitos com {…} do DNIT”.
Quando se vê uma situação como essa, fica a impressão de que o crime compensa.
O empresário tem condenação na Justiça por tráfico de droga, mas se livrou porque o crime prescreveu.
Pela lentidão da Justiça.
Conhecida pela extrema honestidade, a prefeita tem que ficar alerta na execução e na fiscalização do contrato.