“Quando a gente não sabe para aonde vai, qualquer caminho serve”.
Essa frase é a síntese do diálogo famoso da obra de Alice no País das Maravilhas, quando Alice está caminhando pela floresta e chega a uma encruzilhada.
Na encruzilhada há vários trechos, estradinhas, placas de orientação e uma moça indecisa. Sem saber onde ir.
Eis que surge um gato debochado e pergunta a Alice se pode ajudá-la.
Eles têm o seguinte diálogo:
– Eu só queria saber que caminho tomar, disse Alice.
– Isso depende do lugar aonde quer ir, respondeu o Gato.
– Realmente não importa, comentou Alice.
– Então não importa que caminho tomar, afirmou o Gato.
O diálogo do Gato com Alice serve para mostrar que o governo de Gladson Cameli está como a menina, pedido, sem saber aonde ir.
Essa falta de rumo fica clara a cada ação.
Agora, o governador Gladson Cameli informa que pretende investir num Programa de Demissão Voluntária (PDV), para reduzir o tamanho da folha de pagamento do funcionalismo público estadual.
Logo ele, que prometeu valorizar o servidor público, fazer concurso e conceder aumentos salariais, vem com uma proposta como essa em menos de cinco meses de governo.
É o tipo de proposta feita para não prosperar.
A imensa maioria do funcionalismo estadual é concursada.
Está amparada pelo regime estatutário.
Num estado onde a máquina pública é uma das maiores empregadoras, propor um PDV é ironizar a boa-fé da população.
Cameli deve estar sendo influenciado pelo governo federal.
O presidente Jair Bolsonaro tem essa ideia para o funcionalismo público federal.
Michel Temer também teve, mas o Congresso Nacional ajudou a sepultar a proposta.
Cameli apoiou Temer e apoia Bolsonaro, a quem chama de “Bolsonairo”.
Alice encontrou o caminho que queria seguir.
Pelo jeito, o governo do Acre vai continuar na encruzilhada.
É hora de acordar, Alice!