Acontece tudo de forma muito estranha no governo Gladson Cameli.
Aliados perceberam rápido que o rapaz só funciona na pressão.
E pressão é o que não falta.
O governador é fraco, um pusilânime. Qualquer asinino logo enxerga a fraqueza de quem nunca teve tanta responsabilidade sobre o lombo.
Os primeiros seis meses de governo são marcados por trapalhadas e confusões internas.
Marcados pela economia parada, pelo aumento da insegurança, pelo aumento do desemprego e da Saúde caótica.
A usina governamental não para um segundo de gerar crise.
Semana passada a crise foi aberta pelo líder do governo na Assembleia Legislativa, José Luiz Tchê (PDT), que reclamou da falta de diálogo com o parlamento.
Tchê bradou contra exonerações de indicados por deputados para ocupar funções na administração pública.
Cargo, cargo e cargo é a senha para assegurar apoio frágil.
Esta semana a crise vai para dentro do gabinete do governador.
Envolve a irmã do vice-governador Wherles Rocha.
Mara Rocha, a deputada federal tucana, que se ver livre do seu indicado para comandar a Secretaria de Agronegócio e Pecuária.
Ora, esse é mais um episódio da criatura que se volta contra o criador.
Não existiria Paulo Wadt como secretário de não fosse os irmãos Rocha.
Foram eles que buscaram o proprietário de cemitério para “rondonizar” o Acre.
É pouco crível que a deputada esteja agindo sozinha. Até porque ela não teria um mandato se não fosse o irmão.
Mara Rocha pretende concorrer a prefeita de Rio Branco ou ao Senado. Talvez tenha percebido que ter o seu nome vinculado ao governador não é coisa boa.
Recente pesquisa divulgada pela afiliada da TV Record apontou que 20% dos eleitores de Rio Branco não votariam novamente no rapaz.
Rio Branco e o Acre, ainda que tardiamente, estão conhecendo quem é Gladson Cameli.
Trata-se de uma cidadão incapaz de articular duas frases completas, de enfrentar os problemas do tamanho até eles têm, de liderar.
Essa crise entre o vice e o governador era questão de tempo. Há uma sede de poder muito grande para pouca água.
É a confirmação de que casamento arranjado às pressas dificilmente dá certo.
Pressionado, Cameli não age como um líder, como governador. Prefere fazer o uso de outros meios para tentar humilhar e atingir aos Rocha.
Fanfarrão, depois de a deputada declarar o rompimento, bradou que cuidará pessoalmente da Segurança Pública, pasta que delegou ao seu vice.
É puro discurso para inglês ver.
Cameli caminha a passos largos para o descrédito.
Está cercado de adversários íntimos.
O seu principal êmulo está ao seu lado, apostando nas suas fragilidades.
Wadt pode estar certo que já é ex-secretário. Cameli entregará a sua cabeça aos manos.
Deverá virar um assessor.
Fernando Zamora, o escolhido, pelos irmãos tucanos, já pode preparar o churrasco da posse.
O tradicional costelão da maçonaria, na Expoacre, será uma boa oportunidade.
Em tempo: além do tucanos, Cameli tem contas a acerta com o MDB e o PP, o seu partido.