Política parece ser terra sem lei, onde tudo vale.
Um jogo onde do pescoço para baixo tudo é canela.
Um campo minado cujo objetivo é fazer a travessia sem ser explodido ou implodido.
Realmente é esse o sentimento que a política passa para quem está do lado de fora, na plateia.
Esse sentimento não é obra do acaso. Afinal, nos últimos anos a política e os políticos foram criminalizados.
Foram bombardeados por uma imprensa ávida por audiência.
Pelo conluio entre o jornalismo, Ministério Público e Judiciário, que foram um verdadeiro “esquadrão da morte moral”.
As aparências, porém, enganam. Há, sim, regras na política. São elas que sustentam um sistema, as alianças.
Uma regra básica é respeitar quem está no cargo com direito a concorrer a um segundo mandato.
Digo isso porque partidos que formaram a chamada Frente Popular começaram a falar sobre possíveis nomes para concorrer à prefeitura de Rio Branco.
Debater sempre é salutar. O respeito também.
Ocorre que qualquer discussão deve, obrigatoriamente, passar pela prefeita Socorro Neri, do PSB.
Movimentação dos partidos que lhe são aliados sem seguir essa regra é atropelamento do devido rito democrático.
É desrespeito a uma aliada que vem, com muita decência e trabalho, conduzindo, ao seu estilo, a administração da capital acreana.
Lançar nomes de chamados “medalhões”, como Jorge Viana, favorece muito mais aos adversários do que à prefeita e o grupo político que ela representa.
Talvez a prefeita esteja pecando por focar muito na gestão e pouco na política.
Provavelmente não tenha se empenhado em criar uma imagem midiática, como é comum em quem pretende alçar voos maiores e mais altos.
Mas é inegável que a professora está indo bem no seu papel. E, de forma didática dá lições de honestidade e trabalho.
É legítimo que ela condução a sua sucessão.
É legítimo que sonhe e procure criar as condições para pleitear a reeleição.
O ser humano é movido por narrativas. Dá tempo Socorro Neri construir a sua.