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Olá!
Vamos porongar?
Caminho para seis décadas de vida com uma característica: a teimosia.
Sou teimoso desde menino, por natureza.
Tomei muita surra por este comportamento.
Hoje aos 91 anos de vida, a minha mãe me bateu muito.
Deu-me muita pisa.
Mas não conseguiu dobrar aquele menino “malouvido”.
Ela batia, eu repetia o malfeito.
Eu apanhava e ficava de castigo, mas pouco adiantava.
No dia seguinte repetia as mesma tranquinagens.
Na escola, a situação não era diferente.
Era uma espécie de terror do professores.
Danado e feio, muito feio.
A vida seguiu.
Tornei-me jovem, homem feito e agora ja começo a enxergar o outono da minha trajetória bem ali à frente.
Ainda permaneço como servidor público federal.
Vou fazer 41 anos de trabalho e pretendo me aposentar em 2025.
Há 30 anos excesso a profissão de jornalista.
Um jornalista teimoso.
É sobre essa teimosia jornalística que quero falar.
Venho, há quase três anos, lutando e divulgando os movimentos da Operação Ptolomeu.
Essa é aquela operação que colocou a Polícia Federal dentro do Palácio Rio Branco.
Dentro da casa do governador Gladson de Lima Cameli e na casa dos seus pais.
O governador é réu no STJ pelos crimes de peculato, corrupção nas modalidades ativa e passiva, formação de organização criminosa, fraude à licitação e lavagem de dinheiro.
Quando a operação foi deflagrada, a imprensa acreana formou uma espécie de bolha para evitar a divulgação.
Eu e o jornalista Fábio Pontes “espocamos”a bolha e conseguimos emplacar matérias na imprensa nacional.
Cansei de ouvir as seguintes frases:
– Isso não vai dar em nada.
– A Justiça é lenta.
– O governador é rico e não precisa roubar.
Bem, as previsões se mostrar equivocadas.
Já deu em algumas coisa.
A Justiça não é tão lenta como propagam.
Quem demonstra lentidão é a Policia Federal, que, até agora, só fechou um inquérito.
E são nove.
As investigações apontam que o rico governador enricou depois que chegou ao cargo, que ele seria um chefe de organização criminosa que delapidou os cofres públicos.
Antes eu disse que a imprensa acreana formou uma bolha para evitar a repercussão da Operação Ptolomeu.
Essa bolha voltou a ser formada.
Estamos numa semana decisiva no processo, mas a imprensa parece ignorar os fatos.
Cerca de 30 pessoas estão indo à justiça depor como testemunhas.
Mas o grande dia será na sexta-feira, quando o principal acusado sentará no banco dos réus.
Falo de Gladson de Lima Cameli.
Ele passou anos dizendo que queria ser defender.
Terá a oportunidade.
Enquanto isso, a imprensa do Acre se cala.
Faz um silêncio ensurdecedor.
O governo, apenas em um contrato, gasta R$ 20 milhões por ano para silenciar os jornais e alguns jornalistas.
É perda de tempo.
A gente fura a bolha e a imprensa nacional divulga.
Afinal, Espinhoso é para furar mesmo.
Um fato como esse não escapa do plimplim do Jornal Nacional.
Nessas horas vale a pena se manter teimoso e honesto com a sua biografia.
Ah!
Por ordem da ministra do STJ Nancy Andrighi, o governador e as testemunhas serão ouvidos pelo desembargador do Espírito Santo Pedro Valls Feu Rosa.
O sobrenome do magistrado rima com Léo Rosas.
kkkkkkkkk.
Fui!
Um forte abraço e um cheiro do Rosas.
Vida que segue.
O texto da coluna está no portadorosas.com.br
Tchau!