PORONGA – Eu entendo porque o Dançarino foge do interrogatório: não é fácil sentar no banco dos réus

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Olá, vamos porongar!

Estou aqui com a camisa do Glorioso, o líder.

Era para ter  sido sexta.

Ficou para o próximo dia 5.

Eu entendo o medo que o governador Gladson Cameli, o Dançarino, tem de sentar no banco do réus.

É uma situação muito desconfortável.

Já sentei várias vezes.

Numa dessas vez, quem moveu o processo foi o próprio Dançarino, que venceu a demanda.

Não vou nem falar sobre a postura do juiz que assinou a sentença.

Tenho juízo e não irei mexer com juiz.

Naquele momento, o governador quis até tomar o meu minúsculo apartamento.

Não conseguiu.

Como saldo, recebeu uma indenização paga pelos seus amigos.

É aquela obscura história dos precatórios.

A diferença, porém, é que nunca fui acusado de ser chefe de organizar criminosa.

De cometer peculato e fraudar licitação.

De corrupção ativa e passiva.

De cometer peculato

Ou de lavar dinheiro.

Os processos a que respondi e respondo são justamente por denunciar este tipo de gente.

Nunca fugi de uma audiência, nem inventei dor de barriga ou diarreia para não comparecer.

Nem todos são assim.

Sexta-feira, o governador teria encontro com o desembargador Pedro Valls Feu Rosa.

O magistrado foi designado pela ministra Nancy Andrighi para ouvir o réu governador.

Cameli teria cometido todos os crimes que listei anteriormente.

Mas, na hora H, com aquele negócio que não passa um cabelo com vaselina, os advogados arranjaram um jeito de adiar o interrogatório.

Cameli será ouvido dia 5 de novembro.

Ganhou 10 dias.

A falta do documento sugerida pelos advogados do governador é como bola na trave: não altera o placar.

Lamentavelmente, o governador insiste em fugir das suas responsabilidades.

Logo ele, que passou anos dizendo que esperava a oportunidade de ser defender.

E, quando chega essa oportunidade, tenta fugir.

Lembro que em maio, quando virou réu, a imprensa acreana deu o fato como vitória.

O próprio governador festejou da boca pra fora.

Digo da boca pra fora porque a situação do governador é grave. Ele sabe disso.

Por isso foge, quer ganhar tempo.

Vai é sangrar mais.

Vou encerrar.

Fico muito puto quando dizem que a história não dará em nada.

Já deu.

Nunca um governador do Acre sentou no banco dos réus por ser ladrão do dinheiro público.

Gladson de Lima Cameli é o primeiro.

Outros dizem que a justiça é lenta.

Neste caso não está sendo.

A lentidão tem sido da Polícia Federal, que só fechou um, de nove inquéritos.

Este único inquérito virou processo em maio, quando a corte especial do STJ aceitou a denúncia contra Cameli.

Em cinco meses, testemunhas e o réu foram ouvidos.

Nesse ritmo, o dançarino pode dançar no início do proximo ano.

E não adianta procrastinar.

Tenha paciência, a hora dele vai chegar.

Bom domingo e excelente semana.

Fui!

Um forte abraço e um cheiro do Rosas.

A coluna escrita fica portaldorosas.com.br

Vida que segue.

Tchau

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