Nada contra o governador do Acre ser tiete do presidente da República, pois há gosto para tudo nesse mundo.
Afinal, Gladson Cameli faz parte do exército de quase 80% dos eleitores acreanos que confiaram nas palavras de Jair Bolsonaro.
Agora, quando essa tietagem envolve dinheiro público, há motivo para haver posicionamento público.
Cameli anunciou que irá na cidade americana de Dallas, no estado do Texas, acompanhar Bolsonaro.
Declarou que irá prospectar negócios para o Acre.
Não é verdade.
A possibilidade de empresários da próspera cidade americana se interessarem por negócios no Acre é semelhante a zero.
O governador do Acre vai viajar para bater palmas ao seu ídolo.
Vetado pelo prefeito de New York, Bill de Blasio, para receber o prêmio de “Pessoa do Ano”, em jantar de gala promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, Bolsonaro decidiu receber a homenagem em Dallas.
Bill de Blasio chegou a comemorar a desistência.
Barrado numa das mais importantes cidades do mundo, Bolsonaro irá a Dallas e, pelo jeito, levará sua claque.
Talvez Bolsonaro se encontre com o ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush, republicano que governou o país por dois mandatos (2001 a 2009).
O presidente também poderá ser recebido por outros políticos do país, como o senador texano Ted Cruz, também do Partido Republicano, e o prefeito de Dallas, Mike Rawlings, que é membro do Partido Democrata.
Se fosse um país, o estado americano do Texas estaria entre as 10 maiores economias do mundo, com um PIB de US$ 1,64 trilhão segundo o Banco Mundial.
Quem sabe o empreendedor Cameli traz uma ínfima quantia de tanto dinheiro para o Acre.
Por enquanto, é certo que levará os dólares das diárias.