Passei boa parte dos últimos anos criticando o governo e o governador Gladson Dançarino Cameli.

 

Lembro que, no início de 2019, um deputado de esquerda chegou para mim e aconselhou:

•⁠ ⁠Rapaz, deixa disso. Nós perdemos feio e estamos queimados.

Eu respondi:

Amigo, não irei parar. O que sei fazer é isso e seguirei na luta.

 

Acho que a perfomance do deputado não deu certo, pois o governador dançarino só se fortaleceu com a omissão de quem deveria ser oposição.

Aqueles que deveriam combater os desmandos se omitiram ou foram tomar água do Lagoa Paranoá, em Brasília.

 

Creio que a minha persistência deu, haja vista que os processos em cursos contra o governador e o seu governo partiram de denúncias que eu fiz.

 

Passados tantos anos, estou pensando em mudar.

Parece que nada cola no dançarino governador.

Não sou político com ou sem mandato.

Tem hora de atacar e de recuar.

Afinal, as batalhas que a gente escolhe não lutar são tão importantes como as que resolvemos guerrear.

 

O Dançarino criou a figura do mentiroso pop.

 

Aqui no Acre virou moda ser mentiroso.

Tenho um amigo que costuma dizer:

Leonildo, no Acre não precisa fazer. Basta dizer que irá fazer.

Quando digo que o dançarino fez a mentira virar moda por meio da sua figura de mentiroso pop, não o faço em vão.

Se, por uma acaso, alguém for cobrar o que ele não fez, não faz e não fará, a pessoa do outro lado da conversa retruca:

Por que os governos do PT não fizeram?

 

Nas eleições de 2022, Gladson Dançarino Cameli se fantasiou de 22 e gravou vídeo declarando voto e apoio ao inelegível Jair Bolsonairo.

Sim, ele chama Bolsonaro de Bolsonairo.

Bolsonaro perdeu.

Ele ganhou no primeiro turno, mesmo sendo carimbado como chefe de organização criminosa.

 

Uma coisa é digna de registro: embora seja bolsonarista, não embarcou nas loucuras do bolsonarismo, como a negação da vacina, por exemplo.

 

Nos últimos dias, o governador que dança conforme a música, passou a fazer elogios públicos ao presidente Lula.

 

Fala de forma elogiosa ao presidente mais vezes que os petistas acreanos.

 

Dançarino Cameli colocou tapete vermelho para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, subir as escadarias do Palácio Rio Branco.

O mesmo palácio que foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal.

Inexplicavelmente, Marina não goza de prestígio junto aos seus conterrâneos.

Reconhecida como uma das 100 pessoas mais importantes do mundo, Marina dificilmente seria eleita para algum cargo no Acre.

 

Mas foi eleita deputada federal por São Paulo, com 237.526 votos.

Gladson Cameli conseguiu se reeleger governador com 242.100 votos.

Quatro mil, quinhentos e setenta e dois votos a mais do que Marina.

 

Gladson Dançarino faz do governo um grande parque de diversão.

Conseguiu tirar o título de palhaço-mor da política acreana que era do senador Sérgio Petecão.

Analistas dizem que a população do Acre é pobre, mas gosta de está perto de quem é rico, de pegar na mão de rico.

Pode até não ser verdade, mas ele sabe fingir que gosta está perto de pobre, mesmo usando roupas, sapatos e perfumes caros.

 

Como explicar que nenhum bolsonarista lhe fez reprimenda pública por se aproximar do governo Lula?

Convenhamos, a gente pode não gostar, mas o cara é bom em colocar os outros para dançar no seu ritmo pop de mentir e iludir.

 

Fui!

Um forte abraço e um cheiro do Rosas.