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Algumas universidades têm tentado melhorar a saúde mental dos estudantes. Vamos saber a importância dessas iniciativas?
“É muito importante tratar de saúde mental na universidade, seja através de grupos, palestras, as atividades e atendimento individualizado em casos que esse fazem necessário. Então é muito importante a gente olhar para essas peculiaridades dos contextos dos universitários, porque inerentemente já tem um certo estresse dentro da Universidade. Porém, o que tá acontecendo fora dela,? Então, tudo isso acaba gerando prejuízos sociais e emocionais que contribuem para a evasão acadêmica, por isso é tão importante a gente discutir cada vez mais esse assunto e inserir ele no meio acadêmico e tratar com seriedade”.
Bruna, Natalia e Sara – estudantes do curso de psicologia da Universidade Federal Fluminense, em Campos dos Goytacazes – sabem. A universitária Bruna Silva exemplifica um pouco do cotidiano estressante:
“No ambiente acadêmico, muitas vezes estamos submetidos a rotinas exaustivas relacionadas à pressão das disciplinas que precisamos cursar, aos projetos que devemos cumprir e ao fator de estar longe do nosso núcleo familiar, como é o caso de muitos alunos do nosso polo. Isso é muito difícil e requer um grande esforço mental por parte dos estudantes”.
E foi justamente pelas queixas relacionadas à saúde mental dos estudantes que a Universidade Federal Fluminense, em Campos dos Goytacazes, desenvolveu o projeto Cuca Legal, resultado da parceria da equipe de assistentes sociais e de professores do Departamento de Psicologia. Uma dessas professoras é Ana Lúcia Novaes Carvalho, que fala que as queixas dos estudantes estão associadas as demandas que eles enfrentam.
“E aí começam as questões associadas à saúde mental, principalmente, as queixas associadas à ansiedade e a sintomas relacionados também ao humor, mas as queixas de ansiedade costumam ser mais frequentes”.
Ana Lúcia conta que no Cuca, o aluno pode falar de suas angústias e dúvidas, além de aprender algumas habilidades necessárias para o ambiente universitário. O projeto tem encontros mensais; um instagram e oficinas, com reuniões semanais.
Ela fala da utilização do instagram como ferramenta psicoeducativa:
“O Instagram que é uma intervenção, vamos dizer assim, psicoeducativa, permite que identifiquemos quais são os temas mais frequentemente abordados pelos alunos. Por exemplo, a questão do sono, né? Porque, às vezes, podemos valorizar muito pouco a necessidade de sono, mas o sono pode impactar de forma importante a própria saúde mental. Então, podemos fazer a psicoeducação sobre o sono, toda a questão da alimentação, da organização do ensino e da procrastinação. Assim, também tem essa parte do Cuca no Instagram”.
E quando é necessário um cuidado individual? Ana Lúcia explica:
“Esses alunos estão assistidos pela assistente estudantil. A assistente estudantil, por exemplo, tem a psicóloga, tem a assistência social e o SPA também da própria universidade tem o serviço de plantão psicológico. Então quando você tem uma demanda um pouco mais específica, que mereça assim uma intervenção mais individual. Você tem os encaminhamentos feito dentro da própria instituição e também para a rede de saúde”.
O SUS possui a Rede de Atenção Psicossocial dedicada a cuidar da saúde mental. E se você está passando por um momento difícil, você encontra ajuda nos Centros de Atenção Psicossocial e Unidades Básicas de Saúde, ou no Centro de Valorização da Vida, o CVV, no 188 ou pela internet. Sempre é bom também a escuta de um psicólogo ou psiquiatra.
A Rádio Nacional apresenta um Série Especial com três episódios sobre saúde mental. As matérias serão publicadas de 9 a 11 de setembro. Essa é a terceira da série. Confira a relação completa abaixo:
1. Especial da Rádio Nacional aborda Setembro Amarelo e saúde mental
2. Saiba como a internet pode ser ferramenta de prevenção ao suicídio
3. Programa da UFF foca na saúde mental dos universitários
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